É mesmo com muita frequência que se pode ouvir a seguinte queixa proferida pelas pessoas mais idosas: “Estes jovens de hoje em dia”, quando algum representante da geração mais nova dececiona com as suas ações. Porém, o conflito geracional existe desde os alvores dos tempos em cada canto do mundo. O facto de os filhos se revoltarem contra os seus pais é tão normal como o desejo destes de assegurar o melhor futuro para a sua família.
A contestação de certos valores apreciados pela geração anterior é uma etapa formativa na vida dos jovens, já que lhes permite estabelecer o que realmente tem importância para eles. Obviamente, não todas as convicções dos nossos pais dão certo. Por exemplo, na geração dos meus pais não estava bem visto viver com o seu namorado antes de se casar o que podia levar a relacionamentos infelizes; na geração do meus avós, entretanto, não era normal que o homem ajudasse nos trabalhos domésticos. Felizmente, os jovens rebelaram-se contra estes costumes abrindo caminho para o avanço da humanidade.
Por outro lado, a incompreensão entre as gerações repara-se também na música ou na moda. Os jovens preferem os seus ídolos o seu estilo de vestir, visto que estes contribuem a formação da sua identidade e permitem-lhes diferenciar-se. É natural que os pais não aguentem as canções adoradas pelos seus filhos e que digam que são só barulho desprovido de qualquer melodia porque estão acostumados a outros sons. Assim se pensava quando surgiu o rock'n'roll, quando se popularizou o rock ou quando a música eletrónica conquistou as discotecas. O mesmo vale também para a roupa. No fundo, todas essas modas mudaram bastante, sem dúvida, mas não arrasaram o tipo de canções que se ouvia antes nem a vestimenta mais elegante. Afinal, existem coisas atemporais, portanto há pessoas que ouçam música clássica e as que usam um vestido preto popularizado pela Coco Chanel!
Daí, penso que deveríamos estar agradecidos aos jovens por não concordarem com o status quo e quererem lutar por aquilo que importa para eles. Se não, viveríamos num mundo estagnado e aborrecido.
Olá Basia, isto é um texto muito lindo! Concordo que é uma coisa normal. Ainda acho muito interessante que já também estou como isso e apenas tenho 26 anos. Acho que as crianças que crescem nessa altura, crescem num mundo totalmente diferente. Por isso, as coisas que eles fazem e as brincadeiras que eles inventam me parecem estranhos. Estou muito curiosa o que vou pensar quando tiver filhos... Vamos ver!
Olá Basia! Texto impecável! Você cometeu pouquíssimos erros, e a tua escrita dá para ler de forma muito tranquila. Achei também muito interessante a reflexão que você propôs e concordo completamente contigo. Sempre quando estou com amigos penso o quão estranho as próximas gerações vão achar as músicas e o estilo que nós consideramos normal. Escreva mais!
Eu trabalho como professora e, embora haja uma diferença de uns 10 anos entre os meus estudantes e mim, as vezes parecem-me tão diferentes da gente da minha geração :)