No que diz respeito à igualdade no mercado de trabalho, ainda no século XXI ouvem-se vozes contraditórias: por um lado, algumas pessoas afirmam que as mulheres não são discriminadas em absoluto e já não precisam de lutar mais, por outro, há quem acredite que as desigualdades persistem e talvez nunca desapareçam.
Pessoalmente, concordo em parte com o segundo ponto de vista, posto que existem relatórios nos quais se mostram as diferenças nos ordenados e no nível do desemprego para os dois géneros. Além disso, as entidades patronais tendem a empregar e promover os homens ou as jovens solteiras. Infelizmente, tanto a perspetiva de uma empregada na licença parental como a convicção, falsa na minha opinião, do que as mães não conseguem ser tão produtivas como o resto dos trabalhadores faz com que a integração das mulheres casadas na idade reprodutiva pareça menos apropriada para a empresa.
Não obstante, é obvio que cada vez mais mulheres, sendo ou não mães, ocupam cargos de chefia em diversos setores. Poucos vão questionar as competências de uma superiora, nem pensar que um homem executaria as mesmas tarefas necessariamente de maneira mais eficaz. Por outra parte, as chefes tendem a ser mais empáticas e conseguem perceber bem as imperfeições e as preocupações dos seus empregados sem deixar de exigir produtividade.
Em suma, acho que a igualdade no mercado de trabalho não pode ser uma utopia, mas ainda não é realidade. As mulheres assim como os homens devem esforçar-se a fim de criarem um âmbito profissional proveitoso para cada um, seja uma mãe, um imigrante, una pessoa com discapacidade, um membro da comunidade LGBTQ+ ou um representante de uma minoria religiosa.
Você escreve como uma pessoa nativa, parabéns! Acredito que considerar as mulheres mais empáticas quando em cargos de chefia seja um estereótipo, já que mulheres também reproduzem machismo e estruturas de poder. Mas essa é uma outra conversa... :)
@Raisa, muito obrigada pelo seu comentário :) Concordo que as chefes muitas vezes intentam reproduzir comportamentos considerados como típicamente masculinos, o que, na minha opinião, também se deve à visão estereotipada do significa ser homem ou mulher.
Olá Basia! Gostei muito do teu texto! E concordo com os teus argumentos. Também acho que é difícil para as mulheres conseguir um ponto de apoio. Como engenheira, às vezes sinto que não estou a ser levada a sério. Não na minha empresa, mas de fornecedores.