Muitas vezes ouvi a palavra 'crônica' pensando que já entendi o que é. Mais ela é muito mas especifica do que eu achei.

Para a gente que, como eu, não conhecia esse gênero de escritura, a crônica (crónica no Portugal) é um texto corto de não-ficção inspirado da vida cotidiana. Como gênero, a crônica é colocada entre o jornalismo e a literatura. Normalmente são escritas com a intenção de ser publicadas nos jornais. Parecem ao folhetim (le feuilleton) que nos temos na França, ou The Talk of the Town na revista The New Yorker, mais não é exatamente a mesma coisa.

No Brasil, muitos escritores e escritoras bem conhecidos começam a carreira literária escrevendo crônicas. Machado de Assis, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino e Rubem Braga são exemplos de cronistas conhecidos ou cronistas que se tornavam romancistas.

O livro que estou lendo Crônica da casa assassinada de Lúcio Cardoso é um romance epistolar que joga com a forma da crônica. A narrativa desenvolve progressivamente através de fragmentos relatados por vários personagens, refletindo o estilo fragmentário da crônica. Os fragmentos são como retratos efémeros ou olhadas abreviadas do tempo no qual elabora-se a história.