Quando é apropriado se queixar?
Portuguese

Quando é apropriado se queixar?

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Em geral, eu me queixo muito (e o reconheço), mas eu também entendo que não é sempre apropriado. Nós falamos numa das minhas aulas de linguísticas sobre as queixas desde uma perspectiva teórica, e eu ainda me lembro da ideia que as queixas servem principalmente (ou podem servir) para criar relações entre pessoas. Concordo completamente com essa ideia.

Muitas vezes, uma queixa sobre um problema compartilhado, como um dia com mal tempo ou uma época difícil no trabalho, pode servir como forma de começar e manter uma conversa com alguém que você não conhece bem. Na universidade, é muito comum se queixar sobre as ocorrências nas aulas ou sobre as tarefas que precisam ser corrigidas. Pessoalmente, inclusive quando eu não tenho muito que fazer, eu sei que posso comentar sobre essas coisas para começar uma conversa com um colega que não conheço bem.

Por outro lado, as queixas também podem servir como uma forma de criticar e mudar certas coisas. Uma queixa desse tipo é um jeito de tentar mudar algo que não gostamos. Normalmente essas queixas são feitas para alguém que tenha o poder de mudar as coisas. Para mim, o problema tem que ser muito grande para eu me queixar. Não gosto de confrontamento e normalmente evito situações assim. 

Na minha opinião, há muitas pessoas que se queixam demais, ou nos momentos inadequados ou com as pessoas inadequadas. Quando a pessoa com quem você se queixa não pode mudar as coisas e/ou não tem a responsabilidade de serem assim, acho contraprodutivo se queixar. Realmente é uma forma para você liberar seus sentimentos, embora a outra pessoa tenha que carregá-los. Por exemplo, não acho necessário se queixar com o garçom num restaurante ocupado pela falta de atenção ou a demora. Ele não tem a responsabilidade do restaurante estar muito ocupado e ele não vai poder fazer nada. Pode me prestar mais atenção, mas vai ter que ignorar ou descuidar de outra mesa ou cliente, e daí o padrão pode se repetir. Nesse caso, acho melhor reconhecer a situação e minha falta de poder de mudá-la, e depois aceitar e tentar encontrar uma forma de gostar da experiência ainda.

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